Quem sou eu

Minha foto
Gravataí, Rio Grande do Sul, Brazil
Daniel de Sàngo Agandjú, Religião de Matriz Africana Nação Ijexa, Filho de Santo de Pai Pedro de Osun Doko, Professor de Educação Física Licenciatura Plena formado pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA/Canoas), Técnico de Manutenção Mecânica formado pelo SENAI/Gravataí, Técnico em Administração formado pela Escola Fundação Bradesco/Gravataí

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

OBÁ — Orixá Guerreira e Das Águas Revoltas !!!


Lendas de Obá

Obá era uma mulher vigorosa e cheia de coragem. Faltava-lhe, talvez, um pouco de charme e refinamento. Mas ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar.Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão. Obá saiu vencedora de todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás. Ela derrotou Obatalá, tirou Oxossi de combate, deixou no chão Orunmilá. Oxumaré não resistiu à sua força.Ela desafiou Obaluaê e botou Exú prá correr. Chegou a vez de Ogum!Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas, compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos. Tudo pisado num pilão para se obter uma massa viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles lutariam.Ogum seguiu, fielmente, estas instruções. Na hora da luta, Obá chegou dizendo: "O dia do encontro é chegado".Ogum confirmou: "Nós lutaremos, então, um contra o outro". A luta começou.No início, Obá parecia dominar a situação. Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda. Obá pisou na pasta viscosa e escorregou. Ogum aproveitou para derrubá-la. Rapidamente, libertou-se do seu pano e a possuiu ali mesmo, tornou-se, dessa maneira, seu primeiro marido.Mais tarde, Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã que era bela e fascinante. A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa.Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô. Obá procurava, sempre, surpreender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô.Oxum, irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha. Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir à preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô. Obá chegou na hora combinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas.Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Oxum fez crer a Obá que se tratava de suas orelhas, que ela cozinhava, assim, para preparar o prato favorito de Xangô. Este logo chegou, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelos e, galante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.Na semana seguinte, era a vez de Obá cuidar de Xangô. Ela decidiu pôr em prática a receita maravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achou repugnante o prato que ela lhe preparara. Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrando à sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas.Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade. Uma verdadeira luta se seguiu. Xangô, encolerizado, trovejou sua fúria. Apavoradas, Oxum e Obá fugiram e se transformaram em rios.Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas, no lugar de sua confluência, em lembrança da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.




Nenhum comentário:

Postar um comentário