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Gravataí, Rio Grande do Sul, Brazil
Daniel de Sàngo Agandjú, Religião de Matriz Africana Nação Ijexa, Filho de Santo de Pai Pedro de Osun Doko, Professor de Educação Física Licenciatura Plena formado pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA/Canoas), Técnico de Manutenção Mecânica formado pelo SENAI/Gravataí, Técnico em Administração formado pela Escola Fundação Bradesco/Gravataí

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Exú Bará

História

Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo dentro da construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do Mal.Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou mesmo entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões cristãs, estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso, pelo contrário na mitologia yoruba, bem como no candomblé cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.
E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha, conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Segue abaixo alguns sobrenomes de cada qualidade do Orixá Bará

Bará Elegba: Birim, Bô, Bikuim, Borokum, Croni, Dalé, Denin, Elauê, Grajé, Jebí, Ro, Romí, Ingué, Craví, Lobí, Lonã, Lolú, Lebá, Motim, Nabué, Naum, Nabuê- denim, Omulum, Tolabí, Tolalú, Xê.



Bará Lodê: Alalupagema, Açuã, Beí, Bô, Bemi, Berí, Bomi, Bicuim, Borocum, Denim, Djeteiú, Dalé, Elupanda, Elauê, Fumí, Fumilaió, Lonã, Lakê, Modibau, Motim, Nabuê, Obí, Obe-emí, Sapatá, Xê. 



Bará Lanã: Aguidê, Aguidê-omí, Apanadá-lanã, Açanã, Bí, Bilanã, Belomí, Borocum, Borocum-lanã, Crony, Diquí, Dê, Deí, Darê, Emí, Funiquê, Haraxé, Hô, Homí, Krajeú, Kaminoloa, Laqué, Mí, Odeí, Omulúm, Tukí, Tiriri, Tiriri-lanã. 



Bará Adague: Ajanadá, Aguidê, Aguidê-omí, Borocum, Berim, Bí, Belomí, Birim, Bomí, Caminoloa, Dikí, Deí, Epanadá, Ingué, Kraví, Larom, Lonã, Lapô, Naum, Sebiú, Tukí, Tuebí. 

Bará Agelú: Apanadá, Bí-omí, Biomí, Bí, Darê, Deí, Demí, Emim, Funiquê, Gebí, Grajé, Idê, Lolú, Lonan, Lobí, Niqué, Remí, Tolalú, Tolabí, Unã.

Okutá - O verdadeiro Òrìsá

texto extraído: http://iyalorisaelainetiosun.blogspot.com


O okutá é uma pedra sacralizada ao Òrìsá, sendo sua própria representação e sobre a qual são oferecidos os sacrifícios propiciatórios a ele endereçados. 

O assentamento ou igbá do Òrìsá recém feito é depositado no quarto de seu correspondente na casa, simbolizando o reagrupamento do que um dia, por qualquer motivo, tenha sido dispersado. 

No Brasil é costume manter-se o igbá do Òrìsá do iniciado junto ao do "Santo da Casa" durante sete anos, tempo exigido para que o iniciado, após fazer as "obrigações" de praxe, receba um grau hierárquico mais alto, quando poderá, se assim quiser, levar seu Òrìsá para sua casa ou, se tiver cargo para tal, abrir seu próprio Candomblé, o que por certo implica num complexo procedimento ritualístico que não pode nem deve ser descrito em suas minúcias. 

Em Cuba, onde o culto recebe o nome de Santeria, segundo informações, o igbá do iniciando permanece na "Casa de Santo" somente durante os três meses subseqüentes ao "dia do nome", ocasião em que, em cerimônia pública, o Òrìsá traz o seu nome ao conhecimento de todos, o que caracteriza que realmente "está feito". Este costume, segundo informações, prende-se ao fato de que o Òrìsá em questão pertence ao seu filho e não ao sacerdote que o consagrou, o que implica num contato diário entre o iniciado e seu Òrìsá, contato este considerado indispensável e obrigatório. 

O ìyáwò tem que, todos os dias, logo que despertar, lavar a boca e, antes de falar com qualquer pessoa, "bater cabeça" para seu Òrìsá, saudá-lo conforme tenha aprendido e pedir-lhe tudo o que deseja de bom para si, seus familiares e amigos. Nunca se deve pedir coisas ruins aos Òrìsás, pois isto é uma atitude condenável e desrespeitosa, que pode provocar a sua fúria e resultar em severas punições.



Fonte: Mulher Encantada by Suami Portinhal

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Orixa Ori - Bori

texto extraído: http://iyalorisaelainetiosun.blogspot.com
O BORI é o ritual que harmoniza o ORI, dando assim a possibilidade de transformar um " ORI BURUKU" em "ORI RERE".
É através do Jogo de Búzios que o Bàbálòrìsá e/ou Ìyálòrìsá recebe as instruções para realizar este ato (BORI) ritualístico que possibilitará não só a mudança da sorte como também a manutenção da mesma, para que não se perca.

É o BORI que diminui a ansiedade, o medo, a dor e a tristeza,  trazendo a esperança, alegria e a harmonia. Desta forma, o BORI é uma das oferendas mais importantes que visa o bem estar individual .
 
O Ritual de Bori é muito sério, complexo e profundo. Por isso, o Sacerdote deve ter grande conhecimento e respeito em relação à questão do Ori e da evolução humana. Ori é o Orisá mais importante na vida de um homem, uma vez que, sem ele, o homem simplesmente não existiria. Ori significa, literalmente, cabeça e é, misticamente, o primeiro Orisá a ser cultuado. É ele o portador do destino humano.

O Ritual de Bori independe de qualquer processo iniciático e independe do culto aos outros Orisás.(variando assim de casa para casa, mas, sem fugir da finalidade em si). Seu objetivo é o de alimentar o Ori, seja qual for o sexo, raça, profissão, idade, nível social da pessoa. Com este ritual busca-se o equilíbrio através da ação do Ori, condutor do destino pessoal. Muitas vezes se realiza um ritual de Bori com o objetivo de afastar o mal do caminho da pessoa, o que não significa que, retirada esta ameaça nenhum outro mal possa ocorrer. Assim sendo, o Ritual de Bori não tem "prazo de validade", não tem freqüência determinada (anual, semestral, mensal, etc.), devendo ser repetido sempre que se mostre necessário.

O Odu manifestado através do" jogo" é que determina a necessidade de realização do Bori e indica quais materiais devem ser usados. Há dois tipos de Bori:

Aquele que é considerado pré-requisito para uma iniciação, ou seja, primeiramente se alimenta o Ori, divindade pessoal, para a seguir, alimentar outros Orisás.

Aquele realizado a fim de buscar a solução de um problema que aflige a pessoa através do alimento oferecido ao seu Ori, sem que haja necessidade de iniciação.

O local mais apropriado para realização deste ritual é a casa de santo. Este deve ter bom senso quanto a necessidade de recolhimento. Se o Bori for acompanhado de Eje, é recomendável o recolhimento como meio de repouso e proteção, pois o Ori que está sendo venerado não deve receber energia do sol nem do sereno. O recolhimento evita, ainda, que a "sombra daquele que passou pelo bori seja pisada."

O Sacerdote deve saber que durante este ritual a pessoa somente poderá entrar em transe no momento que seu Orisá for louvado. Deve conhecer a finalidade e o significado de cada material que usa. Omi, Obi e Orogbò, por exemplo, são elementos indispensáveis no BORI. Omi, a água, representa paz, abundância e fertilidade, enquanto o Obi e o Orogbò é usado para aplacar a fúria das adversidades, alimentar e agradar às divindades.

O jogo de búzios determinará, através de Odu, que material deve ser usado no Bori e este material poderá ser desde apenas uma quartinha com água e um Obi até uma oferenda maior.

ORI RERE = ORI de sorte = Cabeça de sorte, cabeça iluminada
ORI BURUKU = ORI sem sorte = Cabeça sem sorte, confusa, insegura, ruim
ORI INU = "Cabeça Interna"

É o ORI INU que gerencia a cabeça física do homem.
É o Òrìsá mais importante do ser humano, pois ele é ÚNICO, cada pessoa tem o seu. É Ele quem conhece e está ligado ao destino de cada indivíduo, conhece e sabe das suas restrições, das suas fragilidades , das suas potencialidades. É no ORI que se encontra a ferramenta para a solução dos nossos problemas…

Quando estamos em harmonia com ele, superamos os obstáculos mais facilmente e assim, certamente conectados à positividade interna e à dinâmica perfeita da natureza, encontramos a vitória e o sucesso na concretização dos nossos objetivos pessoais….
Da fusão da palavra bó, que em yoruba significa oferenda, com ori, que quer dizer cabeça, surge o termo bori, que literalmente traduzido significa “Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode–se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é (Lesè Òrìsà).

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de ori, portanto não se pode cobiçar as conquistas do outro. Cada um, como ensina Orùnmilá – Ifá, deve ser grande em seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Ori antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.
Os mais antigos souberam que Ajalá é o Òrìsá Funfun responsável pela criação de Ori. Dessa forma, ensinaram–nos que Osàálá sempre deve ser evocado na cerimônia de bori. Yemoja é a mãe da individualidade e por essa razão está diretamente relacionada a Ori, sendo imprescindível a sua participação no ritual.

A própria cabeça é síntese de caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabem, muitas vezes, se configurando como sinônimos) começam no ori, que ao mesmo tempo aponta para as seguintes direções:

OBI ORI - A TESTA
OBI OKAN - O CORAÇÃO
OPA OTUM - MÃO DIREITA
OPA OSSI - MÃO ESQUERDA
ESE OTUM - PÉ DIREITO
ESE OSSI - PÉ ESQUERDO

Da mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, leste e oeste; o centro é a referencia, logo toda pessoa deve se colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os pontos cardeais: os caminhos a escolher e seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.
O bori prepara a cabeça para que o Òrìsá possa manifestar–se plenamente. Há um provérbio nagô que diz: Ori buruku kósi Òrìsá (A cabeça ruim não tem orixá. É o bori que torna a cabeça boa. Entre as oferendas que são feitas ao ori algumas merecem menção especial. É o caso da galinha d’angola, chamada nos Candomblés de etú ou konkém, que é o maior símbolo de individuação e representa a própria iniciação. A etú é adosú, ou seja, é feita nos mistérios do òrìsá. Ela já nasce com osù, por isso relaciona–se com começo e fim, com a vida e a morte, e por isso está no bori e no asèsè.

O peixe representa às potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade, o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, a germinação, simbolizam fartura e riqueza.

O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a ori; é a boa semente que se planta e espera-se que dê bons frutos.

Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Ori de cada um eleger prioridades e, uma vez cultuado como se deve, proporcioná-las aos seus filhos.
  


Fonte: www.toluaye.com

PROVÉRBIOS E ADIVINHAÇÕES


texto extraído: http://iyalorisaelainetiosun.blogspot.com

Os iorubá têm o hábito de propor adivinhações - àlo e citar provérbios - òwe. Ambos são simbólicos e se baseiam na experiência.
O àlo propõe um raciocínio, e o òwe é um exemplo de vida.
Como exemplo de àlo temos:
Á dúró, ó dúró, a bere, o bere, a lé e, lé e, kò lo. Ìdahún: òjìji (Nós paramos, ela pára, nós abaixamos, ela abaixa, nós mandamos embora, ela não vai. Resposta: a sombra).


Òwe - (Provérbios)
Os provérbios iorubá só podem ser ditos pelos mais velhos, pois é necessário muita experiência para saber qual provérbio se aplica a uma situação. Se uma pessoa disser um provérbio na frente de outra pessoa mais velha, imediatamente pede desculpas e a mais velha faz uma prece desejando-lhe longa vida para poder dizer muitos provérbios. Em geral provérbios são conselhos sobre a conduta das pessoas em determinada situação. Uns são auto explicáveis, porém em sua maioria são ditos de forma simbólica, tirados de fábulas.
Há dois tipos de provérbio, os que fazem afirmações sobre a vida, como "O orgulho vem antes de uma queda", e os que generalizam experiências particulares, como "Você pode levar um cavalo até à água, mas não pode fazê-lo beber".
• Exemplo de provérbios
Enia lásán po ju igbe; enia rere han jú ojú.
(As pessoas más são comuns como os arbustos, mas as boas são raras como os olhos.)
Nwon ní kí arúgbó gbà omo pon ó ní sebí nwon mo pé on kò ni ehín. Nwon ní kí ó pa omo je ni?
(Pediram à velha para ajudar a carregar a criança às costas. Ela respondeu: Mas vocês sabem que não tenho dentes. Alguém lhe pediu para comer a criança?)
Eniti kò ní ìyàwó kò mbí àbikú.
(Aquele que não tem esposa não sofrerá a perda dos filhos.)
Oran se ni wò, kò a mo enití ó fe ni.
(Quando temos problemas é que sabemos quem gosta de nós.)
Orí tí yio je Ogedesùn kò ngbá. Bí nwon ngbé igba iyan bo a fun un, yio fo dandan ni.
(Se alguém está destinado a comer bananas, certamente as comerá. Se lhe trouxerem purê de cará a vasilha se quebrará, de qualquer forma, no caminho.)
Olówó pè ìlù o kò jó, ojo wo no o máa rí owó pè tire?
(O rico paga uma orquestra, e você não dança. Mas quando você terá dinheiro para pagar uma?)
A maioria dos provérbios iorubá fala das relações familiares, da posição de destaque dos mais velhos no grupo e das obrigações do indivíduo para com a sociedade.
Alguns costumes e o provérbio correspondente:
- A família é muito organizada, cada membro tendo seus direitos e deveres, até mesmo uma criança é tratada com respeito. Cada um tem seu lugar no grupo.
Owo omode kò tó pepe, t'àgbalágbà kò wo kèrègbè.
(A mão pequena da criança não pode alcançar a prateleira alta; a mão grande do adulto não pode penetrar no orifício estreito da cabaça.)
- Como qualquer sociedade, os iorubá não estão
livres dos maus sentimentos, como a inveja.
Opekete ndàgbà, inú adámo mbàje, mo dì baba tán inú mbí won.
(O crescimento da pequena palmeira evita que se lhe corte a palma. Eu me tornei pai e eles têm inveja.)
- Como a mortalidade infantil é muito grande, há um medo constante de que o filho morra jovem.
Omo kò áyolé, eni omo sin l'ó bi mo.
(Só o homem cujo filho sobrevive tem netos.)
- Uma criança é respeitada pela posição ou virtudes do pai.
Ola baba ní ímú ni yan gbendeke.
(É a honra do pai que permite ao filho caminhar com orgulho.)
- O amor e a devoção da mãe são muito exaltados.
Abiyamo se owo kòtu lù omo re.
(A mãe bate em seu filho com a mão em concha.)
- A posição mais importante é a dos velhos.
Àgbà kò sí ìlú bàje
(Quando não há velhos, a cidade se arruina.)
- Uma das virtudes mais importantes é o tato.
A kìí se ojú oníka mesan kà a.
(Nunca seja visto contando os dedos de um homem que só tem nove.)
- Os jovens devem ser humildes e admitir suas faltas.
Elejo kì ímo ejo ro l'ebi k'ó pe lorí ìkúnle.
(Aquele que admite suas faltas não as paga por muito tempo.)
- Os presentes devem ser aceitos sempre de bom grado.
Àwà-yó fi ara re gbodi.
(Aquele que diz: Não queremos mais comida! torna-se impopular.)
- A moderação é uma das virtudes mais elogiadas. Quem aspira alto demais é muito censurado.
Nwon fi o je oba, o nwe Àwúre; o fe je Olorun ni?
(Tendo-se tornado um rei você fica orgulhoso. Você quer tornar-se Deus?)
- Visão é outra qualidade elogiada. Os provérbios criticam aqueles que não podem prever as conseqüências de suas ações.
Obe nké ilé ara re ó ní oùn mba àko je.
(A faca está destruindo sua própria casa, e você pensa que está simplesmente cortando um telhado velho.)

Fonte: CULTURA IORUBÁ - Costumes e Tradições
Maria Inez Couto de Almeida - Ifatosin

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

História da Capoeira

Raízes africanas 

A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na Africa, faziam muitas danças ao som de músicas. 



Origem da Capoeira


As origens da Capoeira são obscuras. Durante o governo do presidente Deodoro da Fonseca, o então ministro da fazenda, Rui Barbosa, determinou que se queimasse toda documentação referente à escravidão no Brasil; como a capoeira, em suas raízes, foi estreitamente ligada à escravidão, o concernente ao seu histórico é baseado em tradições orais, e poucos documentos que escaparam à incineração de 1890. Partindo-se desses escassos documentos, sabe-se que por volta de 1538 foram trazidos para a Bahia os primeiros escravos africanos, a maior parte vinda de Angola, Benguela e Luanda, sendo que o mais antigo documento a respeito, que se tem notícia, é a carta de Duarte Coelho a Dom João III, de 1542, na qual aquele solicitava o envio de mais escravos.

Entre as várias correntes de opinião envolvendo as origens da capoeira, destaca-se a que argumenta ter sido ela criada e desenvolvida aqui no Brasil, talvez logo após as primeiras fugas dos engenhos. Nesse caso, cita-se como argumento a inexistência da capoeira na África, até pouco tempo.
A capoeira teria surgido de danças africanas, acrescentado a elas um caráter marcial (de ataque e defesa). Isso era necessário para que os escravos fugitivos nos quilombos, pudessem se defender e/ou atacar os "capitães-de-mato".

Com relação ao nome do jogo, tem-se conhecimento que escravos oriundos de quilombos (geralmente situados em florestas), preferiam lutar, quando necessário, em local onde condições ambientais pudessem lhes ser favoráveis; essa região escolhida costumava ser a "capoeira", denominação dada à terra recentemente queimada, quando começam a brotar as primeiras Poaceae (atual denominação das gramíneas), não havendo ainda arbustos ou árvores de grande porte. Nesses locais, os escravos se sentiam aptos para enfrentar seus perseguidores, que os achando agachados na relva precisavam se cuidar dos açoites e chibatadas dos então chamados "Lutadores de Capoeira", "Lutadores da Capoeira", ou simplesmente "Capoeiras", que passou a ser também o nome do jogo. 


No Brasil 

Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.

Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.

Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getulio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.

Três estilos da capoeira 

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento:
O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.



Provérbios Africanos:


texto extraído: http://iyalorisaelainetiosun.blogspot.com
"O tolo têm sede no meio de água."  

"Uma mentira estraga mil verdades." 

"O coração do homem sábio encontra-se quieto como a água límpida." 

"Até que os leões tenham as suas histórias, os contos de caça sempre glorificarão o caçador."

"Depois de uma ação tola vem o remorso."

"É a água calma e silenciosa que afoga um homem."

"Um inimigo inteligente é melhor que um amigo estúpido."

"Quando o rato ri do gato há um buraco perto."

"Se você está construindo uma casa e um prego quebra, você deixa de construir, ou você muda o prego?"

"Para quem não sabe, um jardim é uma floresta."

"Uma vaca tem que pastar aonde está amarrada."

"Como a ferida inflama o dedo, o pensamento inflama a mente."

"Quem casa com a beleza casa-se com um problema."

"Quando não existem inimigos interiores
Os inimigos exteriores não nos podem ferir."
 

Provérbios Africanos

Os provérbios abaixo têm origem africana. A África é um continente constituído de 53 países autônomos e 6 territórios.


§                     "A abelha não leva chumbo."
§                     "A luz com que vês os outros, é a luz com que os outros te vêem a ti."
§                     "A mocidade é como a água da ribeira; entregue a si própria, destroi as pontes."
§                     "As tatuagens nas costas são conhecidas daqueles que as executam (não de quem as traz.)"
§                     "Bater no cão do amigo, o amigo é batido."
§                     "Cada pessoa pede para o seu ídolo."
§                     "Caranguejo esconde-se para a água passar."
§                     "Mata primeiro o elefante e depois arranca-lhe os pelos da cauda."
§                     "Na água turva é que se apanha o bargue."
§                     "Na lareira uma pedra só não aguenta a marmita."
§                     "O eco da primeira palavra fica sempre no coração."
§                     "O macaco mesmo coberto com a pele dum carneiro, é sempre um macaco."
§                     "Pouco a pouco a lagarta consegue devorar a folha da árvore."
§                     "Padre sem sacristão, toca o sino com os pés."
§                     "Quando dois elefantes brigam, quem sofre é a grama."
§                     "Se passa o que é bom, também passa o que é mau."
§                     "Trate bem a Terra. Ela não foi doada a você por seus pais. Ela foi emprestada a você por seus filhos."
§                     "Aquele que aprende, ensina."
§                     "Quando não existe inimigo no interior, o inimigo no exterior não pode te machucar."
§                     "Se subir numa árvore, você deverá descer essa mesma árvore."
§                     "Aquele que não sabe dançar irá dizer: A batida dos tambores estão ruins."
§                     "Pobreza é escravidão."
§                     "Lágrimas são melhor enxutas com nossas próprias mãos."
§                     "O amanhã pertence a aqueles que se preparam hoje."
§                     "Se um homem prometer te machucar enquanto dorme, durma, agora se for uma mulher, fique acordado."
§                     "Se sua boca virar faca, cortará seus lábios."
§                     "Cinzas voaram ao rosto de quem as jogou."
§                     "Quando souber quem são os amigos dele, saberá quem é ele."
§                     "Não diga ao homem que te carrega que ele fede."
§                     "O que é bom se vende por si só, o que é ruim faz propaganda de si."
§                     "Um leão não se vira quando um cachorrinho late."
§                     "Se quer saber o final, preste atenção no começo."
§                     "O mundo não lhe fez promessas"
§                     "Indepente se foi a faca que caiu no melão ou se foi o melão que caiu sobre a faca, o melão irá sofrer."
§                     "Ser feliz é melhor do que ser rei."
§                     "O macaco só olha no rabo do outro."

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.